Noviço Rodrigo Costa quer "abrir caminhos" como Missionário Redentorista
- vocacionalredentor
- 3 de out. de 2014
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O Noviço Rodrigo Costa Silva, natural de Timóteo (MG), fala da experiência ao passar pelas fases iniciais de formação e também do Noviciado, etapa em que está atualmente. De acordo com a Constituição 86 da Congregação Redentorista, o "Noviciado tem por por finalidade que os candidatos examinem mais profundamente se realmente são chamados por Deus a seguir Cristo, pela profissão religiosa, na vida apostólica da Congregação". Esta fase dura 12 meses e ao final o formando faz a primeira profissão, tornando-se de fato, um Missionário Redentorista. O Noviciado é interprovincial, por isso se realiza na Província de São de Paulo, na cidade de Tietê(SP).
"Entrei na Comunidade Vocacional São Afonso (C.V.S.A.) em janeiro de 2007, iniciando o processo de formação na Congregação Redentorista. O tempo vivido até aqui foi muito rico, repleto de muito aprendizado e de alegrias. Com o passar do tempo, cresce cada vez mais o sentimento de pertença à nossa família missionária e a consciência de ser chamado a contribuir para que a Copiosa Redenção continue acontecendo na vida de tantas pessoas. Cada etapa da formação tem suas peculiaridades e a C.V.S.A., período do aspirantado, é o momento para tomar contato com o nosso crescimento pessoal, firmar as bases da personalidade, sempre na verdade, liberdade e responsabilidade. A etapa da Comunidade Vocacional São Clemente (Postulantado) é o momento de se debruçar na experiência filosófica. O estudo na Universidade e o trabalho pastoral abrem o nosso leque e nos fazem entrar em contato com um mundo variado e dinâmico que nos provoca. É o momento para firmar as conquistas adquiridas na etapa da Santo Afonso e consolidá-las, bem como a dimensão vocacional. E o Ano Síntese Pessoal das Experiências Substantivas (Pré-noviciado) é o grande momento da síntese de toda caminhada realizada até o momento. É tempo de experimentar em profundidade o tripé Solidão, Solidez e Solidariedade, e de crescer na convivência com a comunidade religiosa, preparando-se para dar mais um passo na concretização da vocação à vida religiosa, que é o Noviciado".
Em qual momento sentiu algo especial, que o levou a acreditar que trilharia um caminho diferente?
Penso que foi no período em que estava me preparando para a Crisma, quando comecei a tomar mais consciência do meu lugar na Igreja e naquilo que poderia fazer. Sentia que deveria dar uma resposta mais concreta, mais profunda. Foi quando comecei a pensar na possibilidade da vida religiosa como um caminho bastante rico concreto para realizar meus anseios.
Como escolher a vocação religiosa em meio a tantas opções que o mundo hoje oferece? Onde encontra a motivação para se manter firme na caminhada nos momentos de dúvidas?
Nunca foi tão difícil escolher a vocação religiosa, pois é difícil ir contra a tendência atual que nos estimula a procurar nossos próprios interesses, o prazer e o dinheiro, simplesmente. É preciso muita coragem e generosidade para abraçar um projeto de vida, que é pleno de realização, mas que é bastante exigente por causa das opções que o mundo nos oferece. Ao mesmo tempo, a vida religiosa continua sendo um sinal no meio desta “confusão” em que vivemos, ela aponta para um horizonte de vida e esperança. Diante das dúvidas, que são necessárias, porque nos fazem tomar mais consciência da escolha que fazemos, busco voltar à motivação inicial, numa linguagem mais poética, ao primeiro amor, que preenche minha vida de sentido e me permite viver os momentos de dúvidas que vão surgindo.
Cite pessoa (s) que considera importante (s) para sua escolha vocacional e fale da atuação dela (s) em sua vida.
Meus pais, Fernando e Rita, porque sempre estiveram presentes na minha vida e sempre me apoiaram nas minhas escolhas, pelo seu testemunho de fé de amor. Uma religiosa, Irmã Aparecida, que há muito tempo atua na minha paróquia, pela sua simplicidade e alegria de ser religiosa, que muito me incentivou quando fui para o Seminário. O Padre Luís Carlos, C.Ss.R., por seu acompanhamento e incentivo no período em que iniciei meu processo de discernimento.
De que forma lida com a saudade da família e com a necessidade de se adaptar a pessoas e lugares diferentes? Acredita que todas as atividades que fazem parte da formação amenizam essa carência?
Como estou fora da casa de minha família há um certo tempo, hoje é mais fácil lidar com a distância e a saudade. No início foi bem difícil, mas com o tempo fui aprendendo a redimensionar os afetos, tudo é fruto de uma construção. Agora, a necessidade de se adaptar a pessoas e lugares diferentes é uma aventura exigente e enriquecedora. Exige muita disponibilidade, abertura de coração para acolher o novo, capacidade de se adaptar. Isso torna a nossa vida muito dinâmica, gosto desse movimento. Penso que as atividades da formação ajudam a tomar contato com nossas carências e dificuldades, sem negligenciá-las, mas integrando-as no todo da nossa vida, para que a gente possa estar inteiro naquilo que fazemos. Mas, volto a dizer, isso também é fruto de uma longa construção.
Qual o Santo da Congregação Redentorista que mais te inspira em sua caminhada vocacional?
Não é um Santo, mas um Beato. Gosto muito do Beato Januário Maria Sarnelli, amigo de Afonso, e um dos primeiros Redentoristas. Acredito que ele encarna de modo admirável a nossa opção carismática, isto é, o trabalho missionário junto aos abandonados e pobres. E não somente isso, mas ele soube inovar e inventar formas criativas para o trabalho pastoral. Ele me inspira vocacionalmente falando, me provoca.
De que forma acha que pode ser um instrumento de transformação e ajudar a quem precisa, sendo padre ou irmão?
Penso que com a minha presença, com a minha novidade, com a minha alegria, posso chegar ao coração das pessoas e testemunhar que a Redenção é para todos, ninguém está fora do projeto de Amor de Deus Pai. Penso que a minha missão é a de “abrir caminhos”, oferecer uma possibilidade de vida para as pessoas, pois no mundo há muitos caminhos fechados. Acho que essa metáfora resume bem a nossa missão de Missionários Redentoristas.
Quais características da Congregação Redentorista chamaram mais sua atenção quando escolheu onde se formaria padre ou irmão?
O que me atraiu desde sempre foi a missão, gosto do trabalho missionário, e principalmente a opção missionária pelos abandonados, e são tantos nesse nosso mundo. Nossa Congregação é dinâmica, porque a Redenção precisa acontecer de modo sempre novo, por isso que escolhi ser Redentorista.
Deixe um convite especial aos jovens que sentem o chamado do Redentor no coração.
Juventude, não tenha medo de se lançar! Sabemos que vivemos no mundo de muita insegurança, mas é preciso arriscar, ter coragem, correr atrás daquilo que nos faz vibrar, que enche de sentido a nossa vida. Se ficarmos com medo, não conseguiremos muita coisa. É a certeza de que todos somos chamados para alguma coisa, e se Deus mesmo no chama, Ele também oferece as condições para respondermos. Fiquemos atentos, o que Deus quer para nós é a felicidade, a alegria!
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