Festa de Santo Afonso: fundador da Congregação do Santíssimo Redentor
- vocacionalredentor
- 1 de ago. de 2014
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Neste primeiro dia do mês de agosto fazemos memória de Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor. Este homem, a partir de sua intimidade com Deus e a inquietação de seu coração, oferece ao mundo um grande legado por meio de seu modelo de vida e por todos os frutos que deixou. Definiria Afonso com o termo “coração inquieto”. Sua inquietude o conduziu por diversas transformações de vida. Quanto mais se aproximava de Deus, ficava mais nítida a sua vocação de missionário. Ele havia sido chamado para ser pastor das almas mais pobres. Eis o caminho que o Pai lhe tinha preparado.
Nascido em uma família de bastante influência na Itália, experimentou das pompas próprias de sua classe. Desenvolveu seus potenciais e tornou-se advogado, mas isto não foi suficiente para que apostasse todos os seus dias de vida. Faltava algo e percebeu que tudo que já tinha não era o que buscava no mais profundo do seu ser. Como ele mesmo afirmou: “É preciso deixar tudo, para ganhar tudo!”. Assim fez ao decidir trilhar um caminho diferente do que havia trilhado até agora. Decidiu servir a Deus através do ministério presbiteral, e como sabemos que toda mudança de direção acarreta consequências, no seu caso não foi diferente. Ao decidir tornar-se padre teve que enfrentar toda a estrutura familiar, social e interna que lhe preservava em um conforto e em um mundo diferente do que ele descobriu junto às pessoas mais necessitadas.
Ser padre é pouco para um coração transbordando de amor pelo Reino. Foi buscar novos meios de realizar plenamente sua vocação. Um contato com pessoas abandonadas e totalmente desprovidas do apoio espiritual faz com que mais uma vez mude de direção. Afonso não queria ser mais um padre. Queria de fato fazer a vontade de Deus. Ritos e tarefas ordinárias muitos já faziam. O desejo que nasce no coração dele é de fazer muito mais pelo Reino e pelos pobres. Essa experiência lhe motiva a sair de si mesmo e ir ao encontro do outro para o anúncio da Copiosa Redenção. Essa sua atitude aparentemente simples deu muitos frutos, e estes até hoje são colhidos e plantados em todo o mundo. Fundou um grupo de homens que possui a mesma inquietação missionária e sente-se chamado a ser o sinal do Cristo Redentor no meio dos mais abandonados. Os caminhos percorridos foram confirmando para Afonso que os anseios de seu coração eram os mesmos semeados por Deus. Muitas foram as dificuldades e as tristezas no processo de concretização dos seus projetos, mas não eram apenas seus. Neles havia o desejo de Deus! Por isso, as alegrias e as abundantes graças não tardaram em aparecer.
Olhar hoje para a vida deste Santo é deixar-se invadir por esse apelo missionário. O nosso coração precisa ser invadido pela inquietação causada pelo Espírito de Deus. A ousadia no serviço tem que ser crescente no meio de nós. O sair de si para ir ao encontro do outro é sinal de quem compreende o sentido do amor de Deus por cada um de nós. O anúncio da Redenção é fruto da escola de discipulado, onde o Redentor é o mestre. Foi d’Ele que Afonso, e hoje cada um de nós, aprende a falar e a viver a Palavra de Deus. Muitas outras coisas nós poderíamos aprender da vida deste homem, mas aqui basta-nos refletir sobre essa sua missionariedade, pois é o apelo mais urgente nos dias atuais no seio da Igreja. Um dia foi o jovem Afonso, hoje somos nós os convocados a darmos nossa resposta de amor e fidelidade ao projeto anunciado pelo Cristo. O carisma deixado por ele para a Congregação e para a Igreja é de essência missionária. Essa característica resume a vida do missionário Redentorista e de todo cristão que deseje trilhar os passos do Redentor. A experiência profunda de Deus não nos deixa na passividade e no comodismo. Ela nos envia sempre em missão. À luz do exemplo deste Santo que fazemos memória hoje, olhemos para nossa vida e nos questionemos:
Minha experiência de Deus faz um rompimento com as estruturas cômodas e me coloca a serviço dos outros?
A quem estou indo ao encontro?
Contento-me em ser mais um e fazer o superficial ou cultivo a inquietação de cada vez mais propagar de forma criativa e eficaz o Evangelho?
Que Santo Afonso nos ajude na construção de nossa identidade missionária. Que tenhamos a mesma coragem de viver na radicalidade o nosso batismo sendo sal e luz de modo especial para os pobres mais abandonados deste mundo.
Fr. Marcos Silva, C.Ss.R.

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