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Pureza de coração é desejar uma só coisa

  • vocacionalredentor
  • 2 de jun. de 2014
  • 3 min de leitura

Esta frase do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard nos convida a pensarmos um pouco naquilo de que somos feitos, os desejos, como também nos instiga a olharmos para as intenções que povoam as nossas profundezas. “Não somos nem maiores nem menores que os nossos desejos” é o que nos lembra Rubem Alves, somos habitados por muitos deles, e eles são a matéria sobre o qual é tecida a nossa corporeidade e os nossos sonhos. Os desejos e as nossas intenções, se orientadas para a vida, tem um poder transformador em nossa carne, como nos recorda Santo Afonso: “A pureza de intenção é a forma da alquimia celestial pela qual se transforma o ferro em ouro, isto é, as ações triviais tais como morrer, descansar ou comer, em atos de maior nobreza”. Às vezes, atribuímos diferentes juízos de valor aos desejos que habitam as nossas profundezas, uns são dignos, puros, outros indignos, impuros. De qualquer modo, é preciso encará-los e orientá-los, eles estão lá, intensos, ardentes. Enquanto isso, sonhamos...

Se tivéssemos de escolher uma só coisa, qual escolheríamos? No diálogo de Jesus com a Samaritana, encontramos a formulação de três desejos básicos, profundamente existenciais, que foram expressos por aquela mulher fragmentada e excluída por tantas vivências. Trata-se do desejo do bem-viver (Jo 4,15), isto é, viver dignamente, integrada consigo mesmo; o desejo de amar e ser amada (Jo 4, 16-18), ou seja, no relacionamento com o outro, à espera do encontro, da completude; e o desejo de uma verdadeira adoração (Jo 4, 19-24), que nos evoca a nossa relação com o Absoluto, com o doador da vida, que acontece no interior de quem nós somos. O convite de Jesus é para que voltemos ao nosso interior, para perceber aquilo que, de fato, é essencial para a vida e realização do ser humano no seu contínuo “tornar-se”, é de lá que podem brotar “fontes de água viva” para a nossa vida e a vida de nosso próximo.

É preciso saber escolher aquilo que é mais que necessário, uma só coisa, em outras palavras, o que nos alimenta e constrói, fazendo acontecer o desejo de Jesus que é de vida para todos e em abundância, nos tornando puros de coração, humildes e agradecidos, como um “vaso da graça e da eleição”, que não aceita acolher em si o que divide e causa a morte. Para saber escolher o que é bom e ser puro de coração é preciso praticar a virtude do desapego, do auto-despojamento, da Kenósis, como um processo libertador e unificador da própria vida, como nos ensina São Paulo:


“Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele tinha a condição divina, mas não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens” (Fl 2, 5-7). Somente assim, poderemos compreender que a nossa carne pode ser caminho para se chegar a Deus, e poderemos educar os nossos sentidos, levar a Boa-Nova para as nossas profundezas, para sermos profundamente humanos e inteiros como Jesus, pois tudo isso, carne, desejos, sentidos são dons do Pai, porque abençoados e santificados por Ele pela sua encarnação.

“Uma só coisa te falta” (Mc 10, 21) é o convite do Mestre ao jovem rico, mas também a cada um de nós, neste tempo especial da graça de Deus que é a Quaresma. Oportunidade para educar os nossos sentidos, re-direcionar e evangelizar os nossos desejos, exorcizar os nossos medos, romper com o fechamento do coração que nos impede de ir pra frente, dizer não ao egoísmo que nos deixa “grudados” nas coisas e, assim, podermos viver a nossa Páscoa, passagem, tornando-nos adultos no âmbito humano e na fé, atentos e desejosos por aquilo que é mais que necessário.


Rodrigo Costa Silva Noviço / Província do Rio Fonte: www.provinciadorio.org.br

 
 
 

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